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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Foto -Net

   Poema da solidão



 Serei tão secreta

como o tecido da água

e tão leve

e tão através de mim deixando passar

toda a paisagem


e todo o alheio pecado

do gesto, da presença ou da palavra

que logo que a tua mão me prenda

me não acharás:

serei de água



Glória de Sant"Anna

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Apaixonantes Sensações

Foto: Blog Jumento







 Apaixonantes Sensações






Arde em mim a sensação

Dos minutos sem fim

Como se tudo fosse inspiração

Doce, com sabor a jasmim,

Como se eu fosse alma e coração

E tu pedaço de mim.



Clamo a evidência perfeita

Dos abraços ancorados

Na submissão desfeita

Pelo poder dos corpos suados

Que em cada palavra eleita

Oferecem poemas amados.



Olho o infinito da escuridão

Nesta noite de calmaria,

E sonho com a tua mão

Estendida na periferia

Do meu latente coração

Num gesto de sintonia.



Por instantes, sinto o teu respirar

Bem perto da liberdade

Que a minha mente teima em traçar

Com purpurina e vaidade

Na esperança de ver chegar

O momento da feliz verdade.



E vejo-te, ao longe, a sorrir…

Aproximas-te com lentos passos

Regateando as flores por abrir

Com gestos delicados e rasos

Que fazem lembrar notas a cair

Na pauta musical dos abraços.



És tu, apaixonante,

A vida do meu respirar;

És tu, meu amante,

Alma límpida por amar,

Rosto marcante

Que teima em ficar.







Natália Bonito




sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Até pode não ter nada a haver com o que se passa neste País que é Portugal mas................

A Idade das Trevas ........... Parece que vivemos num labirinto e nunca lhe encontramos a saída como é lógico.






A Idade das Trevas

Como o meu filho ia ter um teste de História, estive a estudar com ele e a fazer-lhe perguntas. A matéria era relativa à Idade Média. As classes sociais, o modo de vida de cada uma delas, pronto, esse tipo de coisas. Foi uma experiência muito engraçada, sobretudo para quem acompanha jornais e telejornais.



Estava eu a estudar os privilégios da nobreza e dei logo comigo a pensar que em Portugal , ainda não saímos bem da Idade Média. Na Idade Média, a mobilidade social era praticamente nula. A nobreza vivia fechada sobre si própria usufruindo dos seus próprios privilégios. Relacionavam-se entre si, casavam-se entre si, frequentavam os mesmos castelos, participavam nas mesmas festas e banquetes, olhando para o povo do alto dos seus privilégios sociais e económicos.



Ora, se virmos o que se passa em Portugal , temos de chegar à conclusão que no Estado há décadas dominado pelo PS e pelo PSD, existe cada vez mais uma feudalização da sociedade assim como uma organização social cada vez mais endogâmica.



Um bom símbolo da nossa miséria é o casamento entre a filha de Dias Loureiro , amigo íntimo de Jorge Coelho, e o filho de Ferro Rodrigues , amigo íntimo de Paulo Pedroso , irmão do advogado que realizou a estúpida e milionária investigação para o Ministério de Educação e amigo de Edite Estrela que é prima direita de António José Morais, o professor de José Sócrates na Independente, cuja biografia foi apresentada por Dias Loureiro , e que foi assessor de Armando Vara, licenciado pela Independente, administrador da Caixa Geral de Depósitos e do BCP, que é amigo íntimo de José Sócrates , líder do partido ao qual está ligada a magistrada Cândida Almeida , directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que está a investigar o caso Freeport. (uma pescadinha de rabo na boca.............)



Talvez isto ajude a explicar muito do que se passa com a Justiça, a Economia, a Educação. Sobre a Educação, a minha área, vale a pena pensar um bocadinho. Haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública?

Outra vez: haverá gente em Portugal a beneficiar com a degradação da escola pública?

Há. Claro que há.



Ora bem, quer entender porquê? E quem são? Quer mesmo? É fácil. Experimente sentar-se um pouco com o seu filho a estudar História.



José Ricardo Costa, professor

Continua actual ,eles voltam em força....,vão nos tirar o sangue, e matar.

Os Vampiros



No céu cinzento sob o astro mudo

Batendo as asas pela noite calada



Vêm em bandos com pés de veludo

Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo

E lhes franqueia as portas à chegada

Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada [bis]



A toda a parte chegam os vampiros

Poisam nos prédios poisam nas calçadas

Trazem no ventre despojos antigos

Mas nada os prende às vidas acabadas



São os mordomos do universo todo

Senhores à força mandadores sem lei

Enchem as tulhas bebem vinho novo

Dançam a ronda no pinhal do rei



Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada



No chão do medo tombam os vencidos

Ouvem-se os gritos na noite abafada

Jazem nos fossos vítimas dum credo

E não se esgota o sangue da manada



Se alguém se engana com seu ar sisudo

E lhe franqueia as portas à chegada

Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada



Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada

Zeca Afonso