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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pequeno tributo .


Fot net:last.fm



Traz outro amigo também




Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também


Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também


Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também


José Afonso

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Assim se escreve poesia em bom português


Foto --net


Mar...


Ondas
que se juntam
em acordes
de vento.


No voar da
gaivota
livre
ousado
o sol
docemente
se entrega
na paixão
do seu alento.


Ao som dos búzios
deixa-se embalar.


Poesia de : (Otília) Menina Marota      http://meninamarota.blogspot.com/

Poesia Portuguesa

Antonio Ramos Rosa -- Foto Net
O fundo do mais vivo


O fundo do mais vivo
será mais vivo do que o lume da tua pele
ou do que o sumo da tua língua

Ou todo o te corpo
será a relação da sede nua
múltipla una
no ferido clamor de um olho íntimo
que desliza bebendo
de estrela em estrela
a ilha do ser
na nuvem do viveiro
amado amante que dilacera desnuda
o fogo que funda a sombra
a sombra que envolve o fogo
no tumulto de uma nascente do mundo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A GUERRA


Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem


Autor: Sartre , Jean-Paul




As Balas




Dá o Outono as uvas e o vinho
Dos olivais o azeite nos é dado
Dá a cama e a mesa o verde pinho
As balas dão o sangue derramado

Dá a chuva o Inverno criador
As sementes da sulcos o arado
No lar a lenha em chama dá calor
As balas dão o sangue derramado

Dá a Primavera o campo colorido
Glória e coroa do mundo renovado
Aos corações dá amor renascido
As balas dão o sangue derramado

Dá o Sol as searas pelo Verão
O fermento ao trigo amassado
No esbraseado forno dá o pão
As balas dão o sangue derramado

Dá cada dia ao homem novo alento
De conquistar o bem que lhe é negado
Dá a conquista um puro sentimento
As balas dão o sangue derramado

Do meditar, concluir, ir e fazer
Dá sobre o mundo o homem atirado
À paz de um mundo novo de viver
As balas dão o sangue derramado

Dá a certeza o querer e o concluir  
O que tanto nos nega o ódio armado
Que a vida construir é destruir
Balas que o sangue derramado

Que as balas só dão sangue derramado
Só roubo e fome e sangue derramado
Só ruína e peste e sangue derramado
Só crime e morte e sangue derramado.


 

Manuel da Fonseca, in "Poemas para Adriano